Sonho esfumaçado
Esta noite tive um sonho interessantíssimo, sonhei que iria sair uma lei que restringisse o hábito de fumar em locais públicos fechados… Há com cada sonho mais bizarro :)
Este sonho deve ter acontecido pelos vários episódio repetitivos que vejo ao longo dos dias e alguns que me causam preocupação… Ontem presenciei a descontracção de um casal fumador com uma filha pequena. A gaiata não deveria de ter mais do que 2 anitos, ia no seu carrinho e com um balão amarelo no colo, os pais estavam concentrados na sua conversa, provavelmente a discutir quem tem razão das ameixas caírem quando estão maduras, numa gesticulação acentuada, cada um com o seu cigarrito. A pequena não se sentia incomodada com os cigarros que os pais insistiam em manter perto da sua cabeça, nem tão pouco aquela névoa constante que estava tão perto dos olhos… A dada altura só ouvi um Bummmm, olhei e a miúda reclamava que o pai lhe tinha rebentado o balão (com o cigarro, como seria de prever) a mãe reagiu logo em colocar em prática a sua educação de fumadora (ou seja o seu egoísmos até com a própria filha) e disse-lhe «pronto ficas sem balão, já sabes que não podes andar a atirar assim o balão. Não viste que o pai estava a fumar? Mantinhas o balão no teu colo…» Será que se a filha num salto se queimasse no cigarro, a mãe mantinha a politica de culpar a filha em prol de proteger da crítica um vício seu? Quantas vezes já tive de ter o cuidado de proteger a minha filha ao gesto sistemático de fumadores em colocarem as mãos para baixo com cigarros acessos, esquecendo-se que crianças em correrias e saltos passam a milímetros e que se podem queimar. A questão fica ainda mais sensível, quando se está em zonas de restauração, mesmo havendo espaço de fumadores e não fumadores, o fumo arranja maneira de penetrar na zona dos que preferem sentir apenas o cheiro da comida, isto para não falar na falta de formação daqueles que nem respeitam as zonas e ainda ficam indignados por lhes chamarmos à atenção sobre algo que consideram pessoal e que ninguém tem nada a haver. Costuma-se dizer que a liberdade de um acaba onde começa a de outro, o problema é que o fumo de um não sabe de questões filosóficas e entra no pequeno espaço de liberdade de outro. É um assunto em que muito poderia dizer, mas que de pouco adianta, porque quo capita, tot sententiae*, mas sem dúvida que era um daqueles sonhos que gostava que se tornasse realidade. Para quando uma lei concreta e aplicada?
*Tantas cabeças, tantas sentenças
3 Comments:
Comentário certeiro, quer no caso particular destes pais, quer quanto à situação geral. É uma completa falta de civismo o que acontece nos espaços públicos fechados e mesmo em espaços públicos abertos, tais como paragens de autocarro, espectáculos ao ar livre. Com conhecidos, os fumadores deviam pedir licença, com desconhecidos nem sequer isso. Pura e simplesmente não fumavam. Quanto à lei, ela já existe mas é branda e não é cumprida. Aliás devia começar pela proibição total desde logo nos organismos públicos. Mas o imposto sobre o tabaco ainda dá jeito? Apesar dos custos do SNSaúde com as doenças associadas ao fumo.
Bem sei que a lei existe e deveria ter entrado em vigor no final do ano passado, mas como lei em portugal não se cumpre, nem mesmo com mandatos de captura, pensei que tinha sonhado e que estava no país da alice...
Infelizmente, não estás no país da Alice. Ainda hj no café, à mha direita um fumador jovem e à esquerda um fumador de meia-idade. Junte-se a isto um café mal tirado e um bolo de ontem, e eis-me prestes a transformar-me num elemento do grupo das bombas-relógio. Porém, tenho uma empresa de segurança dentro de mim?! Para essa e outra situações. Mas apesar de tudo ainda disparei - não pôde deixar de ser - um tiro de pólvora seca no empregado... Na hora do pagamento, disse-lhe que o bolo era de ontem. O rapazito - não mais de 20 anos - semi-imberbe, porém com ar de «pintarolas», faz um trejeito de dúvida e apalpa o pobre do bolo mesmo à minha frente. Lancei-lhe um «não duvide, é mesmo de ontem». E ele: «não estou a duvidar». E eu: «então se não está vá apalpar o bolo lá para dentro e não à minha frente». O imberbe disse: «então são 50 cêntimos». E isto numa pastelaria com algum cartel, numa das artérias centrais da Pólis. Pede-se formação cívica para os clientes não fumarem e formação hoteleira para os empregados não serem cretinos...
Enviar um comentário
<< Home