Acabaram as autárquicas, sinto-me triste
Ontem depois da azáfama dos últimos dias, que são sempre os mais movimentados, não pude deixar de ficar com pena das autárquicas terem acabado, por várias razões:
- Deixamos de ter telenovela apalhaçada todos os dias na televisão, com episódios fresquinhos da vida de labregos autárquicos.
- Acabou o realitty show de políticos (com tendência para o vedetismo), que deveriam ser bem formados mas insultam-se uns aos outros, com a confiança que isso lhes trará sucesso.
- Deixa de haver criatividade, prendas surpresa (como o chouriço do outro)
- Deixa-se de ver os autarcas a confraternizar com o povo. O povo é querido, é a parte principal mas até dar o voto, depois saia para lá que tem peçonha.
Entre tantas que poderia enumerar, agora a verdadeira causa que me leva a ficar triste é que só voltarmos a ter autárquicas daqui a 4 anos. Para quê 4 anos de mandato, se só se vê trabalho realizado poucos meses antes das eleições? Porque não fazer eleições todos os anos?
Com este sistema, um autarca está 3 anos à boa vida, para depois dar tudo por tudo no último ano. Esse é o ano de expansão, trabalhos significativos no melhoramento da autarquia, são obras executadas, estradas reparadas, jardins criados, arruamentos, limpezas de terrenos, entre tantas obras de beneficência para nos fazer crer que só esse partido em 4 anos é que conseguiu fazer algo por nós, pobres munícipes que votamos nele e que não nos foram logradas as expectativas de ter uma vida melhorada no pequeno espaço que vivemos…Imaginem o movimento que o país ganhava além de qualidade de vida, obrigar os autarcas a serem responsáveis e a darem o litro todos os anos, quase como os obrigando a cumprir sempre o que prometem, arranjarem soluções e executa-las em vez de se lamentarem depois que não houve tempo para se fazer tudo (ou seja quase nada) porque passaram 3 anos a coçar a micose…
Pois hoje não posso deixar de estar cinzenta como o tempo, é que prevejo que as obras que não foram concluídas a tempo, só sejam acabadas daqui a 3 anos, bem como a remoção de placares provisórios, feitos de contraplacado, com vista a publicitar x campanhas e que agora ficam a apodrecer derrubados pelo vento. Caminhamos a passos de caracol, só evoluímos um pouco de 4 em 4 anos e às vezes nem mesmo assim evoluímos, porque há autarcas que conseguem estar maior parte dos anos ausentes do país, maioria deles a cuidar dos seus próprio negócios, dispostos a sacrificar a terra (que não é deles) para se tornarem senhores(as) de posse à conta dos papalvos que ainda os recolocam, ora digam-me lá se isto não é o país das maravilhas, não da Alice, mas sim de Fátimas Felgueiras, Valentins Loureiros, Isaltinos Morais e outros tantos…
2 Comments:
Desta vez não caí no erro das ultimas legislativas nem das últimas autárquicas: arranjei canetas e isqueiros para 4 anos, por isso não me importo nada que já tenha acabado.
Calma, ó curiosa. O grande circo da Pólis não pára. Apenas mudam os números e os artistas. Os artistas locais dão lugar aos artistas nacionais. Mas não nos faltará matéria para comentário. Espera-se, porém, que a mesma possa ser mais positiva do que negativa.
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